Olá amigos.O motivo deste blog vai indo muito bem: A obra! Até que não tenho tido aborrecimentos como a maioria das pessoas que se aventuram na construção de suas casas relatam: Pedreiros que enrolam o tempo todo, desperdício de material, planejamento que não sai do papel, falta de dinheiro... Enfim, como vi uma moça dizer na comunidade do Orkut sobre construção: " Manter a sanidade mental enquanto você tem a impressão de que o mundo está caindo na sua cabeça... "Sinceramente não tenho tido problemas. A equipe do Sr. João é maravilhosa. O dinheiro não é muito, mas até agora não faltou .E o incrível: A casa está ficando melhor do que eu planejei.
Sabe, não entra na minha cabeça como todo mundo ainda não decidiu servir a Deus. Digo servir, porque acreditar é muito pouco. Acreditar até o maior inimigo de Deus o faz melhor do que muita gente! São duas coisas diferentes: Acreditar: Dar crédito, crer na existência. Servir:Consagrar-se ao serviço de; cuidar de; cumprir deveres ou funções; estar ao serviço de; estar às ordens de; prestar bons ofícios a; ser criado de; ser útil a; auxiliar; satisfazer; ter préstimo; ter serventia!Deixar a Bíblia aberta no salmo 23 não significa servir a Deus. Mas quando a gente lê o que está escrito "...Ele me conduz mansamente as águas de descanso", e deixamos que esta palavra entre em nosso coração e passamos a ter a certeza que em qualquer situação que por ventura viermos a passar, Deus nos conduzirá pelo caminho certo , que não produzirá danos para nossa vida e nem para a nossa alma , sem recorrermos às soluções humanas, isso sim é servir a Deus.Mas hoje, infelizmente, a moda é abrir a Bíblia e só absorver aquilo que nos agrada, sendo que a mesma Bíblia nos adverte: " Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra - Isaías 1:19 ".
Bom, acabei falando tudo isso, porque não tenho como não dedicar um espaço para Aquele que tem me sustentado e me ajudado a cada dia a realizar este meu sonho.
A terça passada foi muito agradável. Mônica, que está de férias, apareceu para tomarmos um café e resolvemos dar uma esticadinha até a obra. Ela é muito atarefada. É uma heroína que dá aulas em três horários e ainda faz Pós-graduação aos sábados não só para alcançar seus objetivos, mas porque é alguém apaixonada por aqueles meninos e acredita que o amor e a simplicidade podem fazer a diferença! Foi muito bom. Ela só conhecia o lote. Ficamos lá, na minha futura sala como se ela já existisse, contemplando a vista da minha futura janela, quando ela tirou da bolsa um texto e o leu emocionadamente enquanto sentíamos o sol da manhã a nos abraçar ternamente.Era um texto da Cecília Meireles chamado " A arte de ser feliz". Não vou nem falar nada. Leiam o texto abaixo e se emocionem também!
"HOUVE um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz.
HOUVE um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.
HOUVE um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, e às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.
HOUVE um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim."
A casa subindo...