Sempre morei em casa. Quintal grande, árvores...E foi assim, que numa manhã de domingo, encontrei um anuncio da venda de lotes aqui na minha região. Eu já tinha olhado vários, mas nenhum me agradou. O corretor se prontificou a me levar no local e então fui, sem acreditar muito. Chegando, desci do carro, senti o vento daquele lugar e o encanto tomou conta de mim.Naquele momento eu soube que era ali que passaríamos o resto de nossas vidas...

domingo, 15 de janeiro de 2012

Eu tentei...



Dias e dias no Hospital com minha mãe e é claro que emocionalmente e fisicamente não estou valendo muita coisa. Não sei muito descrever em palavras o que ando sentindo. Não sei se vale a pena... Não só pela situação da minha mãe, mas por todos que estão ali do nosso lado e que passamos a conhecer suas histórias. O que acontece é que todos que estão internados e seus acompanhantes, acabam se unindo como uma grande família. Um dando força para o outro. Cada um estendendo a mão para o seu próximo a fim de que os dias intermináveis e sofridos dentro do Hospital das Clínicas de BH se tornem menos amargo.Quando chego em casa, só quero abstrair minha mente disso tudo. Não gosto muito de televisão, pois hoje em dia não tem muito a nos acrescentar, mas um programa e outro acaba me distraindo.
Sou muito fã, admiradora mesmo do Richard Hasmussen.Também não podia mesmo ser diferente, ainda mais para quem me conhece e sabe do meu amor pelos animais. Então, na semana passada, assisti a uma reprise de um programa dele, onde o mesmo foi até o pantanal matogrossense na época da seca, onde a prioridade dos animais era sobreviver àquelas condições extremamente difíceis. Me emocionou muito uma cena, onde ele encontra um jacaré numa pequena poça de água, mais lama do que água propriamente, e então ele decide salvá-lo. Ali, aquele animal não teria chance nenhuma de sobreviver. Como lhe é peculiar, não se importa em se misturar com a lama para capturar, com todo carinho, aquele jacaré, e o leva para uma lagoa que ainda oferecia alimentação e condições mais adequadas para que aquela criatura sobrevivesse.
Eu confesso que a emoção me pega nesta hora e fico me imaginando podendo fazer o mesmo , sempre que a vida me exigir.

Mas apenas dias depois de assistir ao programa, me aconteceu algo: estava a conversar no telefone com minha amiga Mônica, na ultima sexta-feira, quando vejo Emilly, minha gatinha, passar pela sala correndo e ir para um canto com algo na boca. Logo vi que era um pequeno pássaro, um filhote de tsiu que tentava seu primeiro voo do ninho onde nascera. Pobrezinho! Gritei apavorada , assustando um pouco minha amiga, desliguei o telefone e fui tentar acudir o bichinho. Ela o soltou, parecia morto, mas logo percebi o coração batendo acelerado e os olhinhos bem abertos. Identifiquei um ferimento pequeno na asa e a falta do rabo, que Emilly já havia arrancado.

Providenciei então uma gaiola com comida e água e decidi cuidar dele até que se fortalecesse e pudesse voltar a natureza. Creio que uns quinze dias seriam suficientes.
Neste momento me lembrei do Richard e pensei no quanto cada um de nós pode fazer a diferença aonde estamos. E é isso que Deus deseja. Que sejamos luz !
Meu sábado girou em torno do pequenino tsiu. já o imaginava feliz sendo solto em breve e voando por aí. ele estava inquieto, pois estava com medo. Conseguiu fugir algumas vezes da gaiola que o coloquei primeiro , mas já estava comendo e bebendo água normalmente ha vinte quatro horas. Fiquei observando-o no poleiro mexendo nas peninhas e se acalmando aos poucos.Mas insistia em fugir , já que era uma gaiola mais larga. Para resolver o problema, coloquei-o junto aos periquitos, que não fizeram objeção à sua presença. Ele comeu , bebeu e se empoleirou ao lado dos novos amigos tranquilamente durante todo o dia de sábado.

Hoje pela manhã, domingo, me levantei e fui dar um olá para meus bichos e coloquei a gaiola dos periquitos no muro, em local sombreado. Abasteci com comida, água e sementes frescas que colhi pelo quintal. Foi festa na hora! Todo mundo comendo, inclusive o pequenino. Isso foi por volta das 9:30h. Mas algo aconteceu...
Eu não entendi nada! Por volta das 11h cheguei da varanda e vi o o pequenino prostrado ao chão, cabecinha caída. Imóvel! Desci correndo e para minha desagradável surpresa estava morto. Sinceramente não entendi nada e uma tristeza enorme tomou conta do meu coração. O que tinha acontecido Deus? Sabe, pensei milhares de coisas, mas não encontrei respostas. Os periquitos não se incomodaram com a presença dele e nem uma vez o atacaram. Joel me disse que ele morreu do coração. Morreu de tristeza por achar que não ganharia mais o azul dos céus e o frescor dos galhos das árvores ao balançar dos ventos. Então eu chorei com aquele corpo pequenino a repousar em minhas mãos...

Olhei para Emilly e falei brava: " - A culpa é toda sua!" Ela entende quando falamos bravo com ela e logo trata de se esconder e fica ali ressabiada por um tempo, observando tudo com a pureza que lhe é peculiar. É claro que ela não teve culpa. Eu apenas desabafei. Mas logo a pequei no colo e falei para ela do meu amor. Quando resolvi adota-la eu sabia exatamente do que um gato era capaz , apenas por instinto. Não por maldade. Maldade é coisa dos seres humanos!


Todas as pessoas deveriam amar a natureza como um presente de Deus. Fazer por ela, é fazer por nós e pelos que amamos. Muitas vezes podemos fracassar, como a história que contei acima, mas o importante é tentar e nunca desistir. Respeitar aquilo que Deus criou é uma forma de adorá-lo. Quanto ao que acontece a sua volta, não tenha pena dos animais e da natureza como um todo, pois isso não ajudará muito e ainda está muito longe do que chamamos de amor. Tenha atitude!
Um grande abraço a todos!

Fotos Richard:

Tecnologia do Blogger.

  © Blogger template 'Personal Blog' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP